Palavra limita, imagem liberta
- fmunchtelas
- 17 de jul.
- 2 min de leitura
🎨 A Harmonia do Descompasso: Quando o Artista e Sua Emoção Não Caminham Lado a Lado
Criar arte é, por vezes, como dançar com um parceiro invisível, e nem sempre o ritmo interno acompanha a música da obra. Para muitos artistas, esse descompasso entre o sentir e o expressar não é um obstáculo, mas sim um território fértil para a criação mais genuína.
🌀 Entre o que se sente e o que se revela
A expressão artística não obedece, necessariamente, ao estado emocional do artista. Há quem pinte luminosidade em dias de sombra, e quem explore a densidade do drama mesmo estando em pleno equilíbrio. Isso não é incoerência é linguagem.
🧠 O olhar da neurociência sobre essa dissociação criativa
Pesquisas em neuro estética demonstram que o ato criativo ativa regiões cerebrais voltadas à imaginação, à memória simbólica e à experimentação. Por isso, é possível, e até comum, que artistas acessem conteúdos emocionais aparentemente desconectados de sua vivência imediata. A arte, nesse sentido, funciona como espelho, janela ou bússola.
🎨 O caso de Frida, Van Gogh e Kusama
Frida Kahlo, mesmo entre dores lancinantes, pintava com exuberância cromática e riqueza simbólica.
Van Gogh iluminou telas com girassóis e noites estreladas enquanto mergulhava em angústias profundas.
Yayoi Kusama, de sua clínica psiquiátrica, continua a criar universos pulsantes de repetição e luz.
Esses mestres provam que o gesto criador pode ser tanto expressão quanto transcendência do estado emocional presente.
Convite ao leitor e à introspecção
O que você criaria hoje se não seguisse o que sente, mas o que deseja acessar?Talvez a obra já esteja em gestação, esperando apenas que o pincel tome a frente.
Como traduzir em traços o que não quer dizer? Como deixar que o papel transmita sem palavras, apenas com traços, desenhos, o silêncio? A inquietude? A leveza? O tempo?
Ao terminar, observe não só a tela, mas também o que se moveu dentro de você durante o processo.
Você concorda com a artista Fátima Münch, quando ela diz que “Palavra limita, imagem liberta”?
A arte é, muitas vezes, uma travessia emocional, e nem sempre se inicia do mesmo lado da margem em que o artista se encontra.
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